Justa Homenagem no Dia Nacional dos Bombeiros
Mensagem enviada ao blog pelo Capitão Walter Parizotto:
Sexta-feira, dia 02 de julho, comemoramos o Dia Nacional do Bombeiro, e nesta manhã me peguei pensando, com posso falar aos meus amigos o que é ser Bombeiro e o que a data nos representa. Para quem esta no dia a dia fica fácil entender e falar, mas como repassar isso a nossa comunidade que apena
Mensagem enviada ao blog pelo Capitão Walter Parizotto:
Sexta-feira, dia 02 de julho, comemoramos o Dia Nacional do Bombeiro, e nesta manhã me peguei pensando, com posso falar aos meus amigos o que é ser Bombeiro e o que a data nos representa. Para quem esta no dia a dia fica fácil entender e falar, mas como repassar isso a nossa comunidade que apena
s ouve as sirenes de nossas viaturas e o reluzir de nossos giroflex quando cortam a noite escura.
Assim comecei a buscar algumas referências, e viajei pela historia e me deparei com o primeiro grande incêndio com registro histórico que ocorreu na Roma Antiga no ano 22 a.C., e por esta razão, o Imperador César Augusto, criou as primeiras brigadas de incêndio conhecidas como “vigiles”. Contudo foi em 64 d.C. Que ocorreu aquele que é o mais famoso dos incêndios em Roma, pela relação com o imperador Nero.
Procurando na legislação Brasileira, achei o Decreto Presidencial 35.309 onde o Presidente da Republica em 1954 D. Getúlio Vargas sancionou criando o Dia Nacional do Bombeiro e a Semana Nacional de Prevenção Contra Incêndios; Passei pela história da Primeira Corporação de Bombeiros a ser criada no Brasil pelo Imperador D. Pedro II em 1856.
Imaginei com foi naquela manhã fria do dia do dia 26 de setembro de 1926, na Rua Tenente Silveira em frente ao prédio Inspetoria de Saneamento da Capital o Estado a inaugurada a Seção de Bombeiros da Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com a presença do Governador do Estado na Época Exmo Sr. Antônio Vicente Bulcão Viana, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e outras autoridades, além de muitas pessoas do povo.
Recordei com muita alegria da tarde de 16 de Setembro de 2007, onde com grande presença da comunidade, autoridades Estaduais e Municipais era inaugurado o Corpo de Bombeiros de São Domingos, que atenderia a comunidade local e a região.
Entendi que o serviço de bombeiros nasceu, como quase tudo o que o homem criou, por necessidade. O fogo sempre foi uma séria ameaça a humanidade. Quando os homens ainda eram nômades, fugiam das chamas, não sendo necessário enfrentá-las. Mas a partir do momento que fixou-se na terra, obrigou-o a combatê-la quando este ameaçava pessoas ou o patrimônio. Certamente a preocupação com incêndios é tão antiga como a própria vida social, nas diferentes culturas, porém, ao logo da história, grandes incêndios marcaram povos ao redor do mundo. E a partir dessas grandes tragédias, surgiu a necessidade de se criar um serviço para fazer frente a esse tipo de sinistro. Assim nasceram as primeiras-corporações-de-bombe iros.
Entendi muito como surgiram as atividades e a Unidades de Bombeiros, mas como passar esse sentimento a nossa comunidade?
Ainda buscando algumas referências achei o texto Reinaldo Batista que descreve tudo o que estava buscando falar do verdadeiro sentido de ser Bombeiro, o texto intitulado de “ O desejo de um Bombeiro ...” diz
“Desejava que pudesses”.
Desejava que pudesses ver
A tristeza de um homem de negócios quando o trabalho da sua vida desaparece em chamas
Ou uma família que regressa a casa e apenas encontrar a sua casa e os seus pertences danificados ou destruídos
Desejava que pudesses saber
O que é procurar num quarto a arder por crianças presas
As chamas por cima da tua cabeça, as palmas das mãos e os joelhos a queimaram enquanto tu rastejas
O cão a ranger com o teu peso, enquanto a cozinha arde por baixo de ti.
Desejava que pudesses compreender
O horror de uma esposa quando às 3 da manhã verifica que o marido não tem pulso
Inicio o CPR na mesma, esperando uma hipótese muito remota de trazê-lo de volta
Sabendo instintivamente que era tarde demais
Mas querendo que a família soubesse que tudo o que era possível foi feito.
Desejava que pudesses saber
O cheiro único de uma queimadura, o gosto da saliva com sabor a fuligem
Sentir o intenso calor que passa através do equipamento, o som dos estalos das chamas
A sensação de não conseguir ver absolutamente nada através do fumo denso
Sensações que se tornaram muito familiares para mim
Desejava que pudesses compreender
Como nos sentimos ao ir para o trabalho de manhã após passarmos a maior parte da noite suando com o calor de diversas chamadas de fogo
Desejava que pudesses ler
O meu pensamento quando respondo a uma chamada para um edifício a arder,
“será falso alarme ou um enorme incêndio? Como será a construção do edifício? Que perigos esperam por mim? Estará alguém lá dentro ou saíram todos?”
“Ou para uma chamada de socorro,” o que se passará com o doente? Será que a pessoa que telefonou está mesmo em apuros ou estará à minha espera com uma arma?”.
Desejava que pudesses estar
Na sala de reanimação quando o médico decide anunciar a morte da linda menina de cinco anos que tenho tentado salvar durante os 25 minutos anteriores, e que nunca irá ter o seu primeiro namorado, nem nunca mais irá dizer “gosto muito de ti, mãe”
Desejava que pudesses saber
A frustração que sinto na cabine do auto tanque, o motorista com o acelerador a fundo, o meu braço a tocar a sirene vezes sem contar quando não se consegue passar por um cruzamento ou no meio do transito. Quando vocês precisam de nós, no entanto, o primeiro comentário quando chegamos será “levaram muito tempo para cá chegar”.
Desejava que pudesses ler
Os meus pensamentos enquanto ajudo a retirar os restos de uma jovem do seu veiculo contorcido, “e se fosse a minha irmã, a minha namorada ou alguma amiga? Qual será a reação dos seus pais quando abrirem a porta e verem os bombeiros?”
Desejava que pudesses saber
Como é entrar em casa e cumprimentar a família não tendo coragem para lhes dizer que quase não voltei da ultima chamada.
Desejava que pudesses sentir
Os meus sentimentos quando as pessoas verbalmente, e às vezes fisicamente, nos maltratam ou subestimam o que fazemos, ou quando têm a atitude “isto nunca me aconteceria”.
Desejava que pudesses perceber
A instabilidade mental, emocional e física de refeições perdidas, sonos perdidos e a falta de actividades sociais associadas todas as tragédias que os meus olhos já viram.
Desejava que pudesses saber
A irmandade que existe e a satisfação de ajudar a salvar uma vida, a preservar as coisas de alguém, a estar “lá” nos tempos de crise ou a criar ordem quando existe um caos total.
Desejava que pudesses compreender
Como nos sentimos quando temos uma criança a puxar-nos o braço e a perguntar “a minha mãe está bem?” sem sequer de conseguir olhar nos seus olhos sem deixar cair umas lágrimas e sem saber o que responder. Ou ter de segurar um amigo de longa data enquanto o seu companheiro vai na ambulância a receber respiração boca-a-boca. Sabendo de antemão que ele não trazia o cinto de segurança posto.
Sensações que me ficaram muito familiares.
A menos que tenha vivido
Este tipo de vida, nunca conseguirás entender verdadeiramente ou apreciar QUEM EU SOU, O QUE NÓS SOMOS OU O QUE O NOSSO TRABALHO SIGNIFICAM REALMENTE PARA NÓS…
Desejava que pudesses.......
Não é a farda que faz um bombeiro............é o espírito de sacrifício e entrega ao próximo que nos faz o que somos...
Texto de Reinaldo Batista
Com esta mensagem, gostaria de desejar parabenizar e homenagear a todos os Bombeiros do Brasil, que com coragem e heroísmo se dedicam à proteção e ao resgate de vidas humanas
Assim comecei a buscar algumas referências, e viajei pela historia e me deparei com o primeiro grande incêndio com registro histórico que ocorreu na Roma Antiga no ano 22 a.C., e por esta razão, o Imperador César Augusto, criou as primeiras brigadas de incêndio conhecidas como “vigiles”. Contudo foi em 64 d.C. Que ocorreu aquele que é o mais famoso dos incêndios em Roma, pela relação com o imperador Nero.
Procurando na legislação Brasileira, achei o Decreto Presidencial 35.309 onde o Presidente da Republica em 1954 D. Getúlio Vargas sancionou criando o Dia Nacional do Bombeiro e a Semana Nacional de Prevenção Contra Incêndios; Passei pela história da Primeira Corporação de Bombeiros a ser criada no Brasil pelo Imperador D. Pedro II em 1856.
Imaginei com foi naquela manhã fria do dia do dia 26 de setembro de 1926, na Rua Tenente Silveira em frente ao prédio Inspetoria de Saneamento da Capital o Estado a inaugurada a Seção de Bombeiros da Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com a presença do Governador do Estado na Época Exmo Sr. Antônio Vicente Bulcão Viana, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e outras autoridades, além de muitas pessoas do povo.
Recordei com muita alegria da tarde de 16 de Setembro de 2007, onde com grande presença da comunidade, autoridades Estaduais e Municipais era inaugurado o Corpo de Bombeiros de São Domingos, que atenderia a comunidade local e a região.
Entendi que o serviço de bombeiros nasceu, como quase tudo o que o homem criou, por necessidade. O fogo sempre foi uma séria ameaça a humanidade. Quando os homens ainda eram nômades, fugiam das chamas, não sendo necessário enfrentá-las. Mas a partir do momento que fixou-se na terra, obrigou-o a combatê-la quando este ameaçava pessoas ou o patrimônio. Certamente a preocupação com incêndios é tão antiga como a própria vida social, nas diferentes culturas, porém, ao logo da história, grandes incêndios marcaram povos ao redor do mundo. E a partir dessas grandes tragédias, surgiu a necessidade de se criar um serviço para fazer frente a esse tipo de sinistro. Assim nasceram as primeiras-corporações-de-bombe
Entendi muito como surgiram as atividades e a Unidades de Bombeiros, mas como passar esse sentimento a nossa comunidade?
Ainda buscando algumas referências achei o texto Reinaldo Batista que descreve tudo o que estava buscando falar do verdadeiro sentido de ser Bombeiro, o texto intitulado de “ O desejo de um Bombeiro ...” diz
“Desejava que pudesses”.
Desejava que pudesses ver
A tristeza de um homem de negócios quando o trabalho da sua vida desaparece em chamas
Ou uma família que regressa a casa e apenas encontrar a sua casa e os seus pertences danificados ou destruídos
Desejava que pudesses saber
O que é procurar num quarto a arder por crianças presas
As chamas por cima da tua cabeça, as palmas das mãos e os joelhos a queimaram enquanto tu rastejas
O cão a ranger com o teu peso, enquanto a cozinha arde por baixo de ti.
Desejava que pudesses compreender
O horror de uma esposa quando às 3 da manhã verifica que o marido não tem pulso
Inicio o CPR na mesma, esperando uma hipótese muito remota de trazê-lo de volta
Sabendo instintivamente que era tarde demais
Mas querendo que a família soubesse que tudo o que era possível foi feito.
Desejava que pudesses saber
O cheiro único de uma queimadura, o gosto da saliva com sabor a fuligem
Sentir o intenso calor que passa através do equipamento, o som dos estalos das chamas
A sensação de não conseguir ver absolutamente nada através do fumo denso
Sensações que se tornaram muito familiares para mim
Desejava que pudesses compreender
Como nos sentimos ao ir para o trabalho de manhã após passarmos a maior parte da noite suando com o calor de diversas chamadas de fogo
Desejava que pudesses ler
O meu pensamento quando respondo a uma chamada para um edifício a arder,
“será falso alarme ou um enorme incêndio? Como será a construção do edifício? Que perigos esperam por mim? Estará alguém lá dentro ou saíram todos?”
“Ou para uma chamada de socorro,” o que se passará com o doente? Será que a pessoa que telefonou está mesmo em apuros ou estará à minha espera com uma arma?”.
Desejava que pudesses estar
Na sala de reanimação quando o médico decide anunciar a morte da linda menina de cinco anos que tenho tentado salvar durante os 25 minutos anteriores, e que nunca irá ter o seu primeiro namorado, nem nunca mais irá dizer “gosto muito de ti, mãe”
Desejava que pudesses saber
A frustração que sinto na cabine do auto tanque, o motorista com o acelerador a fundo, o meu braço a tocar a sirene vezes sem contar quando não se consegue passar por um cruzamento ou no meio do transito. Quando vocês precisam de nós, no entanto, o primeiro comentário quando chegamos será “levaram muito tempo para cá chegar”.
Desejava que pudesses ler
Os meus pensamentos enquanto ajudo a retirar os restos de uma jovem do seu veiculo contorcido, “e se fosse a minha irmã, a minha namorada ou alguma amiga? Qual será a reação dos seus pais quando abrirem a porta e verem os bombeiros?”
Desejava que pudesses saber
Como é entrar em casa e cumprimentar a família não tendo coragem para lhes dizer que quase não voltei da ultima chamada.
Desejava que pudesses sentir
Os meus sentimentos quando as pessoas verbalmente, e às vezes fisicamente, nos maltratam ou subestimam o que fazemos, ou quando têm a atitude “isto nunca me aconteceria”.
Desejava que pudesses perceber
A instabilidade mental, emocional e física de refeições perdidas, sonos perdidos e a falta de actividades sociais associadas todas as tragédias que os meus olhos já viram.
Desejava que pudesses saber
A irmandade que existe e a satisfação de ajudar a salvar uma vida, a preservar as coisas de alguém, a estar “lá” nos tempos de crise ou a criar ordem quando existe um caos total.
Desejava que pudesses compreender
Como nos sentimos quando temos uma criança a puxar-nos o braço e a perguntar “a minha mãe está bem?” sem sequer de conseguir olhar nos seus olhos sem deixar cair umas lágrimas e sem saber o que responder. Ou ter de segurar um amigo de longa data enquanto o seu companheiro vai na ambulância a receber respiração boca-a-boca. Sabendo de antemão que ele não trazia o cinto de segurança posto.
Sensações que me ficaram muito familiares.
A menos que tenha vivido
Este tipo de vida, nunca conseguirás entender verdadeiramente ou apreciar QUEM EU SOU, O QUE NÓS SOMOS OU O QUE O NOSSO TRABALHO SIGNIFICAM REALMENTE PARA NÓS…
Desejava que pudesses.......
Não é a farda que faz um bombeiro............é o espírito de sacrifício e entrega ao próximo que nos faz o que somos...
Texto de Reinaldo Batista
Com esta mensagem, gostaria de desejar parabenizar e homenagear a todos os Bombeiros do Brasil, que com coragem e heroísmo se dedicam à proteção e ao resgate de vidas humanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário